Tristeza
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto o poento caminheiro;
Como as horas de um longo pesadelo,
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como um desterro de minha alma errante,
Onde fogo insensato a consumia…
Só levo um saudade – é um desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas…
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz – e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou a vida…
(Álvares de Azevedo)
7 comentários:
Maravilhoso e triste poema de Álvares Azevedo.
Comovente. Boa escolha.
Parabéns. Abraço amigo.
Poema melâncolico mais muito lindo! beijos carinhosos
te desejo maravilhosa sexta e um ótimo final de semana, beijos
Um poema lindo e muito sentido!
Um poema que nos toca cá dentro.
Excelente escolha: do poema e do poeta:)!
Bjo
O poeta é um sonhador sempre....
Grande abraço!
Sim, como já disseram - triste, porém sempre belo! Abraços
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