quarta-feira, 14 de setembro de 2011



Soneto da Fidelidade


E tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meus pensamentos
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure


(Vinícius de Morais)

4 comentários:

mfc disse...

... tanta tanta beleza!

Beth/Lilás disse...

Uau, que coincidência!
Ainda hoje lia os poemas de Vinícius num blog sobre ele.
Demais simplesmente!
bjs cariocas

Jorge Stark (Miltextos) disse...

O amor em Vinicius é mais amor, é amor maior, é amor poema... Adorei visitar.

Simone butterfly disse...

Boa escolha, esse soneto é demais...boa quinta-feira!