Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.
O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma.
E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.
Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.
Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que mintoDor que a minha alma tem.
(Fernando Pessoa)
7 comentários:
Amo esse poema
Lina escolha
Aline,Beijos
Fernando Pessoa é o "meu"
poeta. Gosto de ler e revisitar os seus poemas. Este é maravilhoso.
A nossa imaginação, leva-nos a ver o que queremos no fugaz desenho de uma núvem.
Bj
J
Muito lindo esse poema de Fernando Pessoa, aliás como todos que ele escreveu!
Passando pra dar um oi, adorei seu blog.
Um beijo
Tereza
Deia querida, muito lindo este poema do Fernando Pessoa. Bom gosto na escolha. Grande autor e bela imagem.Um belo casamento.
Bjito amigo e uma flor.
Minha querida
Adoro este poema de Pessoa, para mim um dos mais belos dele.
Ana Moura canta este poema e é maravilhoso.
Beijinho com carinho
Sonhadora
DÉIA,
Pessoa ressoa uma religião tão boa em mim...
Prazer imenso estar aqui...
Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.
...delícia ler o poeta
maior nesta tarde fria.
bjs, alma linda!
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