Musa Consolatrix
Que a mão do tempo e o hálito dos homens
Murchem a flor das ilusões da vida,
Musa consoladora,
É no teu seio amigo e sossegado
Que o poeta respira o suave sono.
Não há, não há contigo,
Nem dor aguda, nem sombrios ermos;
Da tua voz os namorados cantos
Enchem, povoam tudo
De íntima paz, de vida e de conforto.
Ante esta voz que as dores adormece,
E muda o agudo espinho em flor cheirosa,
Que vales tu, desilusão dos homens?
Tu que podes, ó tempo?
A alma triste do poeta sobrenada
À enchente das angústias;
E, afrontando o rugido da tormenta,
Passa cantando, alcíone divina.
Musa consoladora,
Quando da minha fronte de mancebo
A última ilusão cair, bem como
Folha amarela e seca
Que ao chão atira a viração do outono,
Ah! no teu seio amigo
Acolhe-me, — e terá minha alma aflita,
Em vez de algumas ilusões que teve,
A paz, o último bem, último e puro!
(Machado de Assis')٠·* ઇઉ
6 comentários:
Que linda poesia! Machado de Assis, eterno.
um abraço carioca
Uma escolha carregada de sensibilidade!! Linda mesmo.
Uma excelente tarde de quina
lindo.... não é??
Amo as poesias de Machado de Assis. Ele é perfeito em tudo enquanto escritor. Quando der passe em meu mero espaço sideral: Lectando-me!
Hoje venho lhe convidar para conhecer e acompanhar um novo espaço onde estou postando com mais alguns amigos.
Espero que goste, pois eé um lugar de excelente qualidade e muito bom gosto.
Aguardo sua visita!!!
Abraços
http://refugio-origens.blogspot.com
Oi Déia!
Que coincidência, vim aqui te visitar e essa postagem tá de aniversário um ano rsrs... Saudades desse cantinho! Bjs!
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