segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Musa Consolatrix...

Musa Consolatrix

Que a mão do tempo e o hálito dos homens 
Murchem a flor das ilusões da vida, 
Musa consoladora, 
É no teu seio amigo e sossegado 
Que o poeta respira o suave sono. 

Não há, não há contigo, 
Nem dor aguda, nem sombrios ermos; 
Da tua voz os namorados cantos 
Enchem, povoam tudo 
De íntima paz, de vida e de conforto. 

Ante esta voz que as dores adormece, 
E muda o agudo espinho em flor cheirosa, 
Que vales tu, desilusão dos homens? 
Tu que podes, ó tempo? 
A alma triste do poeta sobrenada 
À enchente das angústias; 
E, afrontando o rugido da tormenta, 
Passa cantando, alcíone divina. 

Musa consoladora, 
Quando da minha fronte de mancebo 
A última ilusão cair, bem como 
Folha amarela e seca 
Que ao chão atira a viração do outono, 
Ah! no teu seio amigo 
Acolhe-me, — e terá minha alma aflita, 
Em vez de algumas ilusões que teve, 
A paz, o último bem, último e puro! 

(Machado de Assis')٠·* ઇઉ

6 comentários:

Beth/Lilás disse...

Que linda poesia! Machado de Assis, eterno.
um abraço carioca


Penélope disse...

Uma escolha carregada de sensibilidade!! Linda mesmo.
Uma excelente tarde de quina

.l disse...

lindo.... não é??

Jasanf disse...

Amo as poesias de Machado de Assis. Ele é perfeito em tudo enquanto escritor. Quando der passe em meu mero espaço sideral: Lectando-me!

Penélope disse...


Hoje venho lhe convidar para conhecer e acompanhar um novo espaço onde estou postando com mais alguns amigos.
Espero que goste, pois eé um lugar de excelente qualidade e muito bom gosto.
Aguardo sua visita!!!
Abraços

http://refugio-origens.blogspot.com

Zélia Gadelha disse...

Oi Déia!
Que coincidência, vim aqui te visitar e essa postagem tá de aniversário um ano rsrs... Saudades desse cantinho! Bjs!