sábado, 10 de dezembro de 2011

Triste cordel do soldado que voltava da guerra




VALE APENA LER...
Um texto emocionante
Agora será versado,
Em Literatura de Cordel
O mesmo será narrado.
Vai contar a estória
De um jovem soldado.

Quando tinha 18 anos
Foi convocado pra lutar
Na Guerra do Vietnã
Não podia recusar,
Nos Estados Unidos era
Obrigado a se alistar.

Depois do fim da guerra
Para Nova York voltou,
Só que uma decisão
Antes de chegar em casa tomou,
Parou em um orelhão
E para os pais ligou.

Seu pai ficou contente
Quando o ouviu falando,
Estava muito feliz
Por o filho estar voltando.
O rapaz no telefone
Foi logo exclamando:

- Estou voltando pra casa
Mas tenho algo a falar.
Conheci na guerra um amigo
Ele não tem onde ficar,
Por isso quero pedir
Para conosco ele morar.

O pai muito feliz
Concordou com prazer.
Disse que seria uma alegria
Esse rapaz conhecer,
Se era amigo de seu filho
Também seu iria ser.

Mas o filho disse ainda
Do outro lado do orelhão:
- Meu amigo está sofrendo
É triste sua situação
Ele perdeu um braço
E uma perna numa explosão.

Ao ouvir a narração
O pai ficou espantado,
Uma pessoa deficiente
Seria um fardo pesado
Por isso disse assim
Ao filho do outro lado:

- É triste a situação
Mas não podemos ajudar,
Só nos resta filho
Arranjar outro lugar
Para que esse soldado
Possa se hospedar.

Do outro lado da linha
O filho disse zangado:
- Não posso o abandonar
Ele está necessitado.
Sem perna e sem braço
Está debilitado!

- Você não tem noção!
Disse o pai nesse momento:
- Cuidar de um deficiente
Será grande tormento.
Já temos nossas vidas
Não nos cabe mais sofrimento!

- Volte para sua casa
Vamos viver nossa vida.
Deixe que esse rapaz
Encontre outra saída,
Ele morando aqui
Será uma grande ferida.

- Deixe que ele encontre
Outra forma de viver.
Não podemos o ajudar
Isso posso lhe dizer,
Ele em nossa casa
Só nos fará sofrer.

Ao ouvir as palavras do pai
O filho triste ficou.
Uma lágrima do seu olho
Pelo rosto rolou.
Sem dizer mais nada
O telefone desligou.

Nunca pensou que o pai
Desta forma agiria.
Sentiu uma dor no peito
Uma grande agonia,
Naquele instante o rapaz
Encheu-se de melancolia.

Alguns dias depois
Deste fato acontecido,
Os pais receberam a noticia
De que ele havia morrido,
De cima de um prédio
O mesmo tinha caído.

Com aquela noticia
O pai ficou desesperado.
O policial disse ainda
Pra família do soldado
Que por algum motivo
Ele tinha se suicidado.

Os pais entraram em choque
Não dava pra acreditar.
Porque o filho se suicidou
Não conseguiam imaginar.
A dor era enorme
Não paravam de chorar.

Foram ao necrotério
Naquele mesmo momento.
Reconhecer o corpo do filho
Foi grande o sofrimento,
Estava estirado, morto
Pálido, sem movimento.

Ao verem ele deitado
Sentiram grande agonia,
Pois o casal descobriu
Algo que desconhecia,
Apenas um braço e uma perna
O filho deles possuía.

O mundo naquele instante
Sobre o pai desabou.
Tudo foi culpa sua
Ele então imaginou.
E o pedido do filho
Naquele momento lembrou.


(De Orlando Paiva)

6 comentários:

Mery disse...

"Triste Cordel...*
E pensar que somos capacitados para sermos instrumentos Dele*, fazer o bem aqui na Terra é um dever de solidariedade*, de... generosidade", enfim; "triste essa realidade!
Um forte abraço de Mery*, tenha uma boa noite.

mfc disse...

Uma história de um humanismo imenso e que nos toca e comove.

Unknown disse...

Muito bom!

Ani Braga disse...

Boa tarde Déia

Saudades daqui... Não sei porque seu blog não aparece nas minhas atualizações, sei que não é desculpa, mas é por isso demoro tanto pra vir aqui...

Beijos
Ani

Angel disse...

Quantas vezes nos deixamos levar pelo nosso próprio comodismo sem pensarmos que as nossas palavras podem estar a magoar quem mais amamos??

Linda mensagem de Natal!
Feliz Natal!


um anjo

Felisberto T. Nagata disse...

Olá! Que triste...mas reflexivo!Boas lições!
Bom final de semana!